Que a sua mensagem de trabalho e dedicação a terra e ao homem deste Nordeste torturado, sejam transformadas em ondas, e que encontrem ressonância na compreensão e memória móvel de nossos dirigentes e elites políticas.

(Lauremiro Almeida)

terça-feira, 15 de junho de 2010

SIMPLES, DOCE E HUMANISTA

Jornal O Norte, quinta, 10 de setembro de 1992

O engenheiro agrônomo, professor de botânica e historiador Lauro Pires Xavier nasceu a 3 de novembro de 1905, na cidade de Areia, Brejo paraibano. Foi a primeira pessoa no Estado a descobrir a necessidade da militância ecológica, uma preocupação que o levou a verdadeiras lutas contra agressões à natureza.

Uma dessas investidas em favor da ecologia e um momento que o marcou definitivamente como homem ligado a defesa da natureza foi a bandeira que ergueu contra o projeto do então governador João Agripino de construir na Mata do Buraquinho um conjunto de casas populares. O projeto de loteamento foi arquivado graças ao empenho de Lauro Xavier.

Um outro agrônomo amigo seu Abel Jose da Fonseca disse que Lauro foi responsável pela arborização da avenida Epitácio Pessoa, além de parte da área central da cidade. Também foi Lauro Xavier quem instalou o Jardim Botânico de João Pessoa nos domínios da Mata do Buraquinho, onde hoje funciona a delegacia local do Ibama (antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal IBDF).

Foi um dos mais completos estudiosos das plantas têxteis, segundo avalia o seu filho, o pesquisador botânico Lauro Xavier Filho, que conta uma passagem que ilustra a forte característica de defensor da natureza: em certa ocasião, Lauro Xavier vinha de Areia para João Pessoa, quando viu um homem à beira da estrada pronto para derrubar a machadadas uma imbiribaba (arvore da espécie leguminosa de grande copa). Parou o carro e convenceu o homem a lhe vender o vegetal. Registrou a àrvore em cartório e a doou a Escola de Agronomia de Areia.

As palmeiras imperiais que circundam a Lagoa, no Parque Solon de Lucena receberam a primeira dosagem de remédio contra fungos e bactérias das mãos de Lauro Pires Xavier, segundo conta a professora Paulo Frassinete, da Apan - Associação Paraibana dos Amigos da Natureza, da qual Lauro foi fundador.

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